quarta-feira, 27 de abril de 2011

SOBRE (TUDO)

Tudo tatuado pelos cantos, janelas vidraças, não há mais canto, aquilo do bom e melhor, o iogurte gelado, a voz do cachorrinho peludo, sua mãe comprando no shopping, o carro perfeito do ano, o celular encostado que funciona, mas perdeu a validade tecnológica, acabou por entrar outro em seu lugar; a casa em um lugar nobre, o assalto a mão armada do desesperado por uma luz, que o exima da própria realidade; samba na piedade sob a luz do luar, com amigos a bailar; tudo perdido na estante, o crente orando pelo teatro sem sal, a vida passando, na hora ruim que não passa, mais um dia a sentir, mais um dia sem você dançar... qual é mané, jamais acompanhará meu bailado, diz o endiabrado.