sábado, 25 de fevereiro de 2012

Que Sobre!

É até lógico pensar na tua fome. Mas é mais lógico ainda pensar que não comes.

Quando parti, como foi tudo pela janela, beijos defenestrados não nos faziam entender a vida além dos muros e a distância entre nós era o passo da nossa insegurança. E por intermédio de calos, batíamos, para manter a circulação, para os fugazes sentidos tentarem se encontrar dentro dos punhos da tal razão.
Vivíamos nós, equilibrando-se sobre as linhas tênues das nossas pretensões. Mó despedaçando lençóis, exasperando sonhos. Éramos tu e eu, querendo andar com pernas alheias, fazermo-nos instante e revelar, como nunca antes, o nome, o gosto, os dentes e o fogo que arde súbito, mas queima perene. Je ne sais quoi de uma história.
E na corrosiva vaidade ia te achando inteira, minha parte. Partindo do princípio que és parte.
Mas agora estou voltando! E quero que venhas, assim mesmo, de alma arredia, espírito cansado, sem pesos medidos ou sinais retirados. Para que Baudelaire se refaça sobre os mal-entendidos. Para que patente seja virtude deste nosso lado. E que de partes, finalmente, sejamos tudo.

Quando o silêncio da praça e os seus arautos incrédulos é o mesmo da tua cama.


quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Podcast Malandragem Inquieta (Piloto) - O Desbundamento

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Além e a partir do nada.

C'est l'amour qui chante.

O acéfalo vive: Um ensaio sobre a ironia.

Sabem como é, vivo dois legados: A pseudo filosofia e o pragmatismo. Escolhi a segunda como parte da minha vida, onde vejo Cálculos, Teorias da Computação, Álgebra e combinações lógicas e binárias. Tudo muito prático, onde depende muito mais de abstração do que introspecção. Não preciso jogar com palavras, nem dar voltas em um Aurélio para soar erudito: Apenas números, combinações e decisões lógicas. Nem é bom confundir com a razão - esta que eu e você podemos devanear ou teorizar sem ao menos ter lido um livro na vida: Viva à Wikipédia! Acidez a parte, pois é dela que estou falando, vamos a nossas discussões novamente. Resolvi sair um pouco da minha rotina saudável de programação e desenvolvimento para alimentar esse blog com algumas provocações:

Este é o único espaço onde consigo manter a minha pseudo filosofia viva.

Absurdo.

Durante muito tempo tentei entender o fenômeno da vida - desde o absurdo do existir até última gota do que nos exemplifica como essência - e demorei muito para aceitar o único destino que todos nós temos em comum: O encontro à morte. Em meio às tentativas de burlar o inevitável - e aquele bom e velho papo materialista de tentar estar acima do óbvio, dialético, cíclicamente (clinicamente!) cansativo - não suportei o peso de enfrentar a matéria e estou aqui - ora ontológico, ora niilista, para compartilhar essa conclusão:

Que devo agradecer por tudo que essa manifestação energética, tal como chamam de vida tem me oferecido. No mais, agradecerei diariamente por estar vivo, por mais desnecessário que possa aparentar para todos vocês. Na verdade, me cansei do pior caminho: das figuras materialistas, de olhar para baixo, da culpa, dos jargões, de vestir o rótulo, do niilismo passivo, da filosofia barata da crítica e da ciência positiva - afogada e enforcada pelo recalque e seus complexos de édipo, dos pequenos Ches e de qualquer "Estatificação" do ser - se é que me compreendem, dos pequenos "Eus" - e este último detestável - já dizia Pascal. PS: Não! Não é a linguagem de programação..

Uma nova velha razão.

A vida não pode ter vindo de uma explosão, não posso ser um acúmulo de acasos - pobre Antoine de Roquentin. Se fosse daqueles que acredita em uma sucessão de acasos, deveria pensar duas vezes antes de emitir uma palavra sequer - seria ela acaso ou é baseada em algum raciocínio lógico? - Se realmente acreditasse no acaso, seguiria esse caminho: transformaria minha razão em absurdo. Acabaria por assassiná-la e "quando se compreende isso, o estômago começa a dar voltas: É a náusea! É absurdo que tenhamos nascido, é absurdo que morramos". Mais uma vez: pobre Antoine.. Sem tem razão, a filosofia é uma sobrevivência ideológica que não tem mais qualquer razão de ser e de que é preciso se libertar.

Mais uma vez: Me liberte!

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Cena comovente # meia dúzia








(Certo dia em certo bar de certa fictícia e decrépita cidade)




- ... e é bem isso. Tão logo a luz de meus olhos fez pouso em tua Graça e meu peito quase explode, o sangue me correndo veloz qual um bólido, rápido o bastante para dar a volta ao Mundo e no mesmo instante estar de volta em tua presença. Uma queimação, dor, quase que um calor apertando me as costas. Pálido, suando tal e qual um animal, mal e mal fico em pé, tamanha tontura este encontro me traz, como assim o derradeiro. Tremedeiras que me sacodem toda a estrutura...

- Mas meu bem! - secunda ela por trás de um irônico e indisfarçável sorriso - Isso não é bem amor. Isso é um enfarte!

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Olho da Manhã

Se fosse eu um sonho ruim, seria o tropeço que te acorda.

A beleza é carregada da culpa. Te forma o mais que se escuta. E no solo, o solo só é por luta.
De tão forte o endereço, que parece a noite inteira se desfazer no clarão do teu umbigo que, na tua volúpia variabilidade, é ironia apontada para os olhos não teus.
E tudo se submete a simples e imanente vontade. Vontade essa que se confunde com o súbito. Mas ao seu sabor de saborear é refeição completa. Janta na mesa do fascínio.
Nas pálpebras, cortina. Tablado, coração. És vil na parede aos cegos, resplendor ao início da canção.

Bom dia(fragma), boa noite e adeus!


O Vínculo.

Já dizia o ilustre existencialista alemão:
"Você pode até sair do grupinho, mas o grupinho nunca sai de você." - Martin Heidegger, WIKIPEDIA, Wiki.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Espaço "Johnny Depp" Especial: 1 Ano de Malandragem

Parabéns, Malandragem Inquieta!!


quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Dose


Cantemos, mão direita no peito, o hino da esperança!

A conta-gotas a frustração pinga nos olhos inertes. Imóveis ao terror intangível de ser. Ininteligível ao gosto acre e doce de um mesmo sorver. Pois a boca já não sela nada, nem mesmo os mais tenros beijos de adeus.
Seja no alívio etérico ou em uma recente aquisição - lacônica versão de si em concupiscência - pinga, sempre, a frustração.
Ficar e dizer, sem medo de ser infeliz. Viver tudo o que caiba numa caixinha de fósforos. O sorriso de canto de boca é a centelha dos palitos que restam. Quisera a existência estudar o caso.
Quando no altissonante impacto das novas razões com os muros da própria história, é líquido, para escorrer pelos poros dos planetas que alquebram pelo fulgor tácito. E goteja.
Então, preocupa-se com o colesterol alto, as veias anímicas, o contracheque e com o sorriso da fotografia.
E hoje, envolve o iminente. Pômulos corados, entregue ao rateio, pingado em cada olho, o que nós já sabemos. 

Bola de neve para mim é sorvete!