segunda-feira, 7 de julho de 2014

Sombra




   Quem é você que pousou por um instante aqui, como uma alma sombreando um lugar esquecido, pouco habitado depois da morte daquela senhora, eivado de injúrias e tratados sem conclusão. Eis que os dentes brancos, apesar do cigarro, não perdem o poder de atrair, estavam todos eles unidos e bem calcificados, mas será, assim como esta copa do mundo no Brasil, um misto de sentimentos e uma onda metafísica que não consigo deixar de gostar, ao ver todos aqueles dentes, que formam uma bela arcada dentária, quando se postou, após o abrir das cortinas, não consegui, apenas me rendi.

Todo o movimento bêbado daquela menina, não entendia o possível significado maltratado da vida em um flerte, não poderia crer que aqueles olhos seriam muito mais vivos do que pareciam. Tendo em vista todo o conluio mundial em torno de coisas fúteis, não acreditava que poderia discorrer sobre a vida com aquele sorriso, imóvel, enquanto a boca se movimenta.

Mas como tudo é descontinuo, tudo é admirável mundo novo, por tudo, não consigo agitar para explodir em algum lar verdadeiro e harmônico, este é o tempo que não desejo conceber por você, indago o valor social, o que lhe faz vivo, e não estará por entre essas frestas por onde vejo seu âmago entreolhar-me em claustrofóbico aperto; mas passa, passa rápido… e eu não saberei quem é você em um próximo passo, eu passo. Com amargo deixado, não passa de uma sombra.

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