"remova seu produto, por favor"
Essa história de
sensível sentimental é conversa fiada, esbravejou Alcides.
Me conta uma
história boa, esbravejou Arlindo.
Você tem história,
esbravejou Abel.
Só sobre você,
esbravejou Beatriz.
Não te dei mole,
ressaltou Beatriz.
Abel coloca sua
pança rígida para fora dos botões quase quebrados, diz pra escutar
a melodia da paródia insana que está por trás das cortinas. Ele
situa seus medos nos lugares certos. Abel carrega culpa, entre outras
coisas, pela barriga, cerne da bagagem que carrega de bons e maus
tempos. Abel está solto quando seus botões estão despregados,
obrigar Abel a sentir completude seria impossível, não há
congruência. São sensações divergentes, abarcadas em valas sem
significância alguma pra ninguém. Abel se cala.
Ver o sol entrar ali
me causa asco, quase soletra Beatriz.
Abel resmunga por
dentro, inalterada face, assim como jogadores de poker. Não alcanço,
não adianta, resmunga Abel.
A pessoa mais
interessante do mundo se tornou meu próprio umbigo,
Todos da mesa
disseram ao mesmo tempo.
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