quinta-feira, 28 de junho de 2012

Me Ensina

“Please, don't watch me dancing!”

Meu amor! Você não sabe quantas vezes eu quis dizer isso. Mas o que me provoca o embaraço é a analogia com o fim.
Lutei, sim. Pois as pessoas tendem a lutar. Seja pelo carro do ano, tirando a comida da boca. Pelo estrelato, em barzinhos e festas da cidade. Por descriminalizações, por igualdade. Pelo corpo perfeito, lotando as academias. Por uma válvula de escape qualquer. Lutei como os políticos lutam por prostitutas e reeleições. Como o homem, que colando corações de papel em tudo que vê pela frente, luta pelo humano.
Somos o que somos por não termos sido o bastante. Então, lutamos pelos nossos próprios olhos.
Truísmo no discurso de quem chora. A vicissitude de um beijo de adeus. E as flores continuam a murchar nas floriculturas.
Sempre vi tudo pela TV: que a noite é bela e perigosa, que o homem se protege de si mesmo, que o dualismo nos orquestra e que quase tudo tem carbono.
É que hoje eu tive um sonho e qualquer salva palmas já me deixaria melancólico. Há alguma coisa de esotérica nesse inverno. Vou abrir uma surcusal do inferno em meu travesseiro.
É árdua a luta de quem luta só.. Tive certeza dos meus vícios e preteri pela essência da nossa combustão - carbono, lembra?
É porque o sabor do ar que o lá fora abrangia, era assim, sinestésico, gosto de ventre com ventre, cheiro de boca com boca. Mas o aviso da hora que sempre fora pouca, não nos deixava para tudo que se tinha por ver. E logo voltávamos à nossa programação modelar.
Tive tanto temor do que seríamos que a nossa saudade não tem definição; é um misto de descaso com paixão, raiva com preguiça.
Aprender a desaprender é o que está mantendo as pessoas de pé.
Preciso lembrar de não deixar minhas roupas nas casas das minhas ex-namoradas, enquanto namoradas.

“If all the things you feel ain't what they seem. Then don't mind me 'cos I ain't nothin' but a dream.”

Nenhum comentário: