quinta-feira, 14 de junho de 2012

Rendezvous


Oito horas da noite.

Não pratico esportes, não aprecio músicas atuais e nem sou um amante da natureza. O pôr-do-sol para mim tem um tom de melancolia. O sol? Queima demais, jactancioso; está sempre alí punindo quem ousa observá-lo. E a lua? Risos! Deixo-a para as marés e os românticos.
Gosto de andar olhando para o chão - é o primário que sustém qualquer tipo de sonho e não é muito exigente; uma força e ele te empurra de volta.  E sempre vou andando, pois acho que os carros estão aqui para atrofiar nossas pernas.
Minhas camisetas são lisas, não exibo nenhum estandarte no peito. Não possuo ídolos, pois acho que todos eles são, ou foram, humanos, ou seja, já se viram imaturos e hipócritas pelo menos uma vez na vida.
Não canto em nome de ninguém, não faço jus ao que escrevo. Sei pouco das normas de concordância. Bato recordes de "nãos" numa mesma sentença.
Leio e vejo tudo que posso. Gosto de muito pouca coisa.
Arte? Amarelo, ciano, magenta ou cadeiras retorcidas umas sobre as outras.
Torço para uma epidemia varrer a humanidade da terra.
 (...)

Espero que ela venha desta vez, visto que estou me tornando ranzinza em demasia nestes quinze minutos de atraso.

Hoje fui ver uma cigana que leu a minha sorte.


Um comentário:

Unknown disse...

Mais botafoguense impossível. Gênio, Coelho!