Escrever pra você é
desviar-me do futuro. Escrever pra você é dizer não. Escrever pra
você é fechar-se em clichê. É cuspir em pratos limpos. É viver o
lúdico romance como um fóssil hostil. É pestanejar ao ejacular meu
clima árido sob re duras penas, suja... sim, é uma pena.
É tentar ser valente
caçando culpa, ao fazer troça do irreverente menor pistoleiro. É
assistir um filme em preto e branco, sem som, do diretor dramático
espanhol cult. É situar-me em instantes crônicos de uma lenda, sem
sinal, sem vida. É protagonizar o velho, excêntrico e moribundo,
sem paladar para novidades. É sugar o que resta da sua vida comigo,
em minha varanda opaca, com nenhuma luz. É viver nesta prosa sem
fim.
Tweetar
Nenhum comentário:
Postar um comentário