sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Estóico

O banquete dos deuses com melancias de Kahlo

Abrirdes os caminhos, meu destino. Dardes com fogo o sabor de tuas investidas. Abraçardes com espinhos no tenro de teus lençóis. Condecorardes, na tarde cinzenta, com a recompensa dada por epopéias de grandes heróis.
Não desbravei mares em busca de leviatãs, nem labirintos por minotauros. Mas vivi, breve, titã, guerreiro de escudos descidos e de armas encostadas para desatinar-me em ambrosia divina.

                                                                  ***

Tomando outras metáforas, como referência, tentando ser mais claro; me senti libertário. A garganta que grita "Porra!". A ureta que ejacula "Liberdade!" em seios, bundas, pernas, bocas. A revolução das loucuras educadas pelo surreal. A resistência frente a opressão dos suspiros indissolúveis. A overdose matiz na matriz da resolução monocromática.
Eram massas tentando se unir no espaço enquanto falo, declamo, calões na catarse do caos tântrico.
E as roupas que sempre cumprem seus papéis contra o que é fato, são exíguos amontoados (montanhas) agora, tentando esconder o espetáculo da fome pela carne.
A saliva, ablução. É batismo que encerra pecados.
Aqui, o coração, só bombeia sangue pelo corpo, pelo vício e pelo exato.
Pêlos, peles, dentes, línguas, unhas, cheiros: vedetes, deveras, de um sopro inato.
É tentar agarrar o tempo com as mãos e se esconder por debaixo; na lascívia perene dos nossos atos, na aguerrida e lacônica paixão de nossos beijos.

Seria Rivera, Kahlo e Felix na consolidação de seus desejos.
Seria Zeus, Sêmele e Hera no fulgurante arbítrio da volúpia.


Um comentário:

Isa disse...

"É tentar agarrar o tempo com as mãos e se esconder por debaixo"
!!!!!!!!