Dois meninos na rua me
pediram a mão, sem dúvida, tinham algo a oferecer, sentavam-se em
frente ao bar “raiva de você”, que fica na rua; foda-se sua
vida. Aparentavam serem garotos que ostentavam pouca verdade nos
olhos, por não serem vítimas do acaso, eram fruto do comum, serviam
ao comum, toda aquela paridade , era a cidade conspirando,
concretamente, para o grosso esporro de ilusão. Me pediram um Mp3
Player, pois afirmaram, que seus pais estavam utilizando o aparelho
que os dera, para ouvir os escritos narrados de Baudelaire. Eu falei,
foda-se, nem se fosse uma bala eu daria, vai tomar no cu, eu
resmunguei.
Voltei para minha casa,
vejo a vizinha vestida com a roupa da última grife italiana, com
detalhes de bosta de cachorro, entre figuras de vômito infantil,
estampados em seu garboso vestido decotado, ditava a estação do
momento, o verão.
Andando pela praia
poluída, tendo em vista que o calor de 60 graus suntuosamente
resplandecendo no asfalto, presenciei uma cena chocante; pessoas
comendo pombos fritos como petiscos, crianças com enormes barrigas
de verme por todos os cantos, não largavam seus games por um
instante. Seus pais, bebiam apenas reginoff sem gelo, pois não
existia cerveja. Saíra em disparada do lugar macabro, meio
alucinado, caí em um valão. Acordei.
Um comentário:
Malandragem inquieta adverte: essa é uma obra de ficção e qualquer semelhança com a realidade é mera desgracência.
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