sábado, 10 de março de 2012

A Artemis





De tudo quanto brilha na noite, nada ofusca mais que Diana. Em seus tons dourados espalha, clara, o cinismo de quem te ri o riso largo e rasgado numa hora pra na seguinte virar - te a face.



Se, somente se (cabe aqui algum pensamento de ordem lógica?) te faz por ela se acarinhar, certo é, pobre louco, para mais fácil te devorar. Por isso tão gorda, redonda matrona.






* * *




Tudo para ela é Prata, não te enganes. Nauseabunda e lívida vive de cercar - te e ainda crês nisso um sinal de submissão. Ora não sê tão insano, caro amigo! Que de longe controla a caçadora, muiraquitã ao colo, cada passo e todo ciclo. Vestida de preto é ainda mais bela e perigosa, a Dama do Brumário.



Ria, pois, amada minha, minha amante. Ria da minha demência. Sou presa fácil de Selene, Cíntia... Como todo homem, sou tua caça.

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