sexta-feira, 16 de março de 2012

... Que assim falando pensas

Mergulhar no que não é meu é, de longe, meu esporte favorito. Escafandrista do alheio: essa minha arte. Aparatado eu parto ao fundo do que está dentro de ti, do outro e vou bem ao centro de tudo e de todos. Essa partilha é a única forma que sinto digna de pertencer a esse mundo. Seja dor, seja carinho, todo tipo de afeto é feito matéria viva das fossas em que chafurdo feliz pela angústia de buscar novos sentidos ao que chamam vivência.


E se não isso, o que? Se não os etéreos garranchos, eternos rascunhos que somos, o que há além do ponto final? Será no fim tudo memórias? Sempre lembranças, como se sabe, muita vez daquilo que sequer foi de fato? Vamos recordar que as impressões que tivemos, momentos mal gravados nas páginas amareladas da lembrança, não passam exatamente disso que são, ou seja, gravações. Matrizes? Não. Não, não, não, não, não.

Cópias ou pastiches, melhor dizendo.

E é aqui nessas linhas que deito as idéias (vindas de tuas entranhas mas por mim digeridas) para que sintas comigo. Que goze comigo do que juntos sentimos, tempo presente ainda que ido. Sinta minha voz te vibrar por dentro, minha língua escorrendo em teu canal auditivo, tua lágrima canalizada através do meu suor. Por que sentir e morrer é o que nos define vivos. É o que nos torna humanos.

4 comentários:

jchagas disse...

Não gosto de me meter tanto assim nos meios dos outros, mas:
Por que sentir é morrer é o que nos define vivos; assim mesmo, seria um final mais legal.
Chafurdar. v.i. 1. ato ou efeito de querer impressionar menininhas com essa palavra.

Mas semanticamente, que se corte o bigode, porque porra...

Seu Arruda Felipe disse...

Análise meio P.I.M.B.A.... mas jah te faz um ser vivo, cheio de auto estima!

Victor Coelho disse...

Feito faca...

Unknown disse...

Bem vindo, jchagas

Lembrando que o que nós porcos fazemos de melhor é chafurdar e gozar.