sábado, 2 de março de 2013

Dicotomia da fraternidade humana, seus ensinamentos sistemáticos e morosos.



Você acha pouco eu acho nada, fulano acha um tanto, sicrano acha raso, camila acha tosco, Wanize acha um saco. Carlos acha bonita e se casa, Vitor acha Feia e rechaça. Maria quer na vida o tijolo perfeito que preencha o seu amargo vazio sentimental, Alberto vive a vida curtindo os adocicados predicados da carne. Denise curte sexo descompromissado ao luar minguante tomando sangria, Marcílio é passivo e gosta de sexo anal. Beatriz se acha atriz e supera as expectativas da superficialidade artística dançando balé. Vilmar trabalha como ajudante de obras, demolindo casas, para que a cidade fique cada vez mais verticalizada.
O professor aplica aula por dinheiro, o aluno quer aula por cultura, Adélson quer ensino profissionalizante, Matias quer livros inquietantes. Josias pinta barcos de pesca e mora em um barraco, enquanto sua filha de 13 anos esta grávida pela quinta vez; Eva suspira os tons de cinza de baixo do chuveiro, degustando cada palavra, assim como Nelson Rodrigues degustara cada trago de seu cigarro.
Peixoto veio curtir mais um dia de carnaval, acompanhado de sua esposa e filhos. Alugou um apartamento em um balneário capixaba, deleitava-se na praia logo cedo. Jogava frescobol pela manha e futebol ao entardecer, depois de uma prosa metereológica, com o porteiro Tião. Mano Yamada, sempre cometendo os mesmos redundantes equívocos, e encontra mais um poste como aliado, para mais uma golfada. Foi uma noite, passou dos limites, com o sorriso largo e os copos cheios, mais uma droga, mais uma esbórnia, no entanto ele tirou férias da vida, ele pode. Você não há de negar, a vida que deixei é muito mais bela do que está por vir, não faz sentido, ninguém aprende nada, apenas o medo, nasce uma espinha na pálpebra da coragem, não mais orientada, só mais uma vida. Apenas curta encurtar essa vida. Odair José, soa fúnebre e datado. É a forma de amor pra quem quer apego meloso, sistematizando as tendencias, colidindo em torpes pensamentos brejeiros, translucidando paixões pela estampa da existência amorosa, constritiva e conflituosa. Hoje é a morte de mais alguns e a sobrevida cotidiana de outros tantos.

Nenhum comentário: