domingo, 19 de agosto de 2012

Ambivalência.


From the beginning.

Não há dúvidas que os impulsos que se originam dos mais tenros instintos nos levam à procura do prazer instantâneo, arrastando-nos ao desequilíbrio e à consumpção física e emocional.

No mesmo instante, a disputa por um lugar nesta prisão urbana e existencial, das couraças em danças, das ambições exageradas, dos anseios do sentimento e dos desejos perturbadores contribuem para que se instalem tormentos íntimos no ser humano, levando-o a distonias emocionais. 

Os compromissos em tempo mínimo, o tráfego de­sumano, o medo, a angústia, contribuem de for­ma preponderante para que o equilíbrio se desnorteie, dando surgimento a disfunções com ten­dências aterradoras. Sensacional? Pós-moderno? Não! Alarmante. Ainda possui dúvidas em relação ao alarme? Incrível.. Eu também! Várias.. Ainda assim, nos vejo de forma massificada, no volume perturbador que nos opri­me: descaracterizado-nos, perdendo a indi­vidualidade e tornando-nos títeres dos hábeis orientadores de conceitos, que também se equivocam e, sem rumo, estabelecem com­portamentos que interessam ao mercado das sensa­ções - ainda duvida dele?

A busca do prazer - no bom sentido - emula à luta, ao tempo em que desgasta a emoção, precipitando frustrações: Quando a resposta não é como queremos, a ansiedade vem à tona e a tortura, sua fatalidade.


A histeria, tão somente ela.

Soa como um bit - dependendo de sua arquitetura computacional (zero e um?) e da capacidade do seu processador - mas pelos privilégios da jornada e das peripécias das relações de poder, que proporci­ona destaque social, prestígio político, privilégios, cons­titui-se meta central do comportamento humano, como se a própria existência pudesse reduzir-se à transitori­edade...

Porém, na massificação, a fraqueza deve ser dissimulada: O que mais importa é a ausência de proposições, como se toda a vida pudesse ser avaliada pela levian­dade. O indivíduo psicologicamente desajustado sente fome de massificar-se. Porém, o êxito não é portador de magia, não há máscaras que consigam sustentar a dor, uma vez que o absurdo já esteja instalado e identificado.. Quanto mais apressar o passo, mais assustador o absurdo será.

Ainda assim, mesmo quando conseguir um estágio de fuga, verás o tédio, que sucederá à conquista, e se instalará, até que outra moti­vação forte levante o ânimo, que se lhe en­trega, vivenciando fases de comportamentos instáveis.  

A vitória daqueles que não vencem. 

Cremos, desvairadamente, que o êxito é quem mensura os valores através dos quais nos diferimos. Infelizmente, ele se encontra em qualquer tipo de busca, não somente econômica, mas também cultural, científica - Sieg Heil Academia -, social, artística, seja lá a área que for necessário o desem­penho e a manifestação de valores.

Por mais que insista em sua exaltação, decorrente dos fenômenos de fuga da timidez, do medo de ser desco­berto na sua realidade conflitiva, torna-se necessida­de emocional para destacar-se da massa: A triste noção de não ter valores éticos ou intelectuais, artísticos ou quaisquer outros que o diferenciem, chama para si, os conflitos disfarçados e exibe a tormentosa condição que o diferencia, po­rém, de maneira perturbadora. 

Por esta ótica, estamos todos juntos na fina camada do terror contemporâneo, marcados à ferro e fogo pelo símbolo da ausência: De si, de todos, de nós.  Esta guerra? Nós a perdemos. Estamos nos arrastando ine­xoravelmente à desidentificação, nos campos de concentração onde a única tortura é o self. 

Se há esperanças? - caso haja, me diga! - Mas, para nosso conforto, contrastando-me, posso lhes dizer

Participar da sociedade, não signi­fica perder-se, esvair-se, tornar-se invisível em meio ao coletivo, mas identi­ficar-se com as suas propostas, harmonizar-se com a mesma, sem deixar de ser a própria e única estrutura, ter seus ideais e ambições, seus esforços e talentos, pois a harmo­nia depende do equilíbrio das inúmeras partes que constituem o todo.

Fecho o desabafo como uma command line em blackquote que executo no console dos scripts que construo enquanto trabalho: </life>

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