domingo, 16 de dezembro de 2012

Compêndio

Com o perdão da repetição...

No início, assim sujeito, se vê a criatura. Matriz oca a se originar o conceito. A palavra engessa as idéias, limita-se a condição da imagem ao que o nome carrega. E você vai sendo inominável - inefável - pela fluidez de seus movimentos, pela vontade dos teus (an)seios, dando sinal na estrada das paixões. O hedonismo é carona no manifesto contra as amarras. É tudo que somente o teu corpo pode explicar. Pintaram um afresco teu no muro dos portentos.
Teus amantes, todos traídos pela internalização do teu pai - talvez Jung ou Freud tenham uma teoria melhor - seja mesmo ele cristo ou diacho, persignam-se em lágrimas salgadas e em soluços litúrgicos devotam ao teu templo nu.
Entretanto o Tempo, deus impassível e verdade, devorador da tua imortalidade define o espaço - do tamanho de um quarto onde divides o ar com teus troféus, arquejando sem efeito  - deformando tudo, outrossim, o teu sopro ontológico.
E na origem a imagem zomba do conceito mesmo sem a idéia da própria conclusão.
Não obstante, a letra sempre me puxa o signo quando apelo à escrita.
A tua diferença sustenta qualquer semelhança. E como pássaros que explodem ao chocarem-se com edifícios que antes não estavam alí, você reitera a minha existência.
E o fim é nada mais que o teu nome.


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