sábado, 8 de dezembro de 2012

Memórias mascadas de uma mulher que já fui




Qualquer pedaço seu hoje me deixaria tão feliz...

Qualquer fio, qualquer migalha. Hoje tudo o que toco ou vejo tem um pouco de você, mas nem sei dizer se depois de todo esse tempo isso tudo faz sequer algum sentido. Mas as páginas riscadas, canções outrora tão significativas, nossos lugares especiais, tudo já foi tão diferente do que vejo andando nessas ruas tão molhadas de suor!

Sou outro de você. Sempre e a cada instante, já que o rio nunca para, por mais que aparente não sair do lugar. Meu batom, gasto até não mais poder, após todos esses anos, conserva ainda o seu sabor. Tua gravata ficou esquecida, largada ao lado duma meia puída desde aquele frio janeiro em que me vi só.

Tudo passou, estou bem hoje. Mas bem queria não estar. Hoje só posso pensar que todo o prazer desse mundo me traria qualquer um fio, migalha, pedaço. Qualquer coisa.
Sua.


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