quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Rocket Science

peebleslab.com

Um cigarro que tentei fumar ficou aceso no parapeito da varanda. Daqui de onde moro é tão alto que posso ver as linhas vermelhas e amarelas que os automóveis encadeiam à noite, contornando a ilha que nenhum homem é por si só. John Donne e sua parte nesse todo imortaliza a necessidade do homem pelo homem. E eu te necessito, ó estrela de grandeza não constatada, de brilho invisível. O rosto é contraído pelo fulgor da tua passagem. Queria eu um coração de um suíno, pois além da semelhança e da possibilidade, ver-te-ia não mais que um algoz que da minha carne faz a tua refeição.
O amor perde a vontade em sua divisão. O definido é indefinido, pronominalmente um qualquer.
Conjeturo, às vezes, como uma cena de um filme, onde em plano sequência nosso diálogo é visto da perspectiva do resto do mundo numa praça - meros coadjuvantes do nosso momento - e eu digo que voltei porque vi naquela fotografia a lhanura do teu olhar à quem estava por trás da câmera no instante da captura. E como alguém que muito longe de casa xinga em sua língua-mãe de saudade, te beijo mesmo antes do close final. E os créditos passam despercebidos.
Deliberadamente deixo o cigarro cair da varanda, pois eu não fumo e a fumaça já me incomodava. Mas é que eu sempre achei fascinante o jeito como você fuma os teus.

Atenção! Texto em itálico. Segurem-se; inclinação piegas à vista:
Talvez a ciência dos foguetes seja menos complexa que a do teu amar.

Um comentário:

Unknown disse...

Saudades de Armin, tá sumido ele.

E o Niemayer, heim? Notícias?