quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Fragmento - A existência em episódios.

"Sustentável será o dia em que pudermos suportar nossa própria imagem refletida por completo."

Cogito Ergo Sum.

Multidões sem rostos?! Famigerada necessidade conflitante entre aquilo que criamos e o que vemos ao contornar o vazio. E no final? Tagarelamos para preencher com obstáculos aquele peito vazio que habita nossas vagarosas noites. Longas são essas noites... E como o de sempre, o desespero balbucia sobre as peças que a vida prega, à medida que nossas couraças esvaem-se entre nossos rostos que já se emudeceram. É irrefragável a miséria, não obstante a dissimulação...

Em disparada.

Veja e observe a sua carruagem em alta velocidade! Não hesite em observar sua própria pressa, atente-se aos corpos que padecem ao redor, durante o espetáculo de sigilosa competição a qual se acometeram: Eles não podem parar. O movimento é constante... Se cair, levante! Você tem que entrar nessa corrida! Seja visto, junte seus cacos para compor esta alma e acorde! Ela necessita de verdade, ela precisa ser vista, ofereça feeds de você mesmo, ora pois, e porque não oferecer?! Ainda não se convenceu? Mesmo depois de ter sido fuzilado no paredão da liberdade?! Ora, pequena força subjetiva... A era dos gigantes já caducou, somos todos fragmentos.

Liberté? Follow the provincial beat :)

Ops! Disse algo a liberdade? Com todo esse frenesi, não deve ter tido tempo de se explicar. Até onde sei, ela está sendo permanentemente desmontada, sem perspectiva de permanência. Portanto, vamos permanecer em movimento?! E assim por anos, ser nossa catequese, seguindo o evangelho da identidade perfeita, o paraíso do vazio (dis)funcional.

Embora não tenhamos encontrado o paraíso, temos esta projeção, a propaganda que seduz como nunca visto. Escandalosa pela emancipação e desregulamentação, é digna de orações, para que em um de seus bruscos e parciais movimentos seja encontrada a identidade.

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