quarta-feira, 23 de maio de 2012

A capela



  A boca seca aponta a angústia de um tempo que não está no lugar onde deveria. Fora de hora. Mas quando o verbo se flexiona em tempo, que oração? Daí não sei se espero, se desespero e sumo daqui de uma vez. Desesperar não é tão fácil na medida que se pensa, viu? Desde a praia miro a meta e estou ainda úmido da imensidão vazia que me trouxe até aqui.

  Agora é subida. Chegar - te ao cume só mesmo pra dizer:  " Venci!"  Quantas braçadas dei de lá pra cá? Deus! Não sei. Mas vim, vi e o compasso, sei, jamais me obedeceu. Ao contrário! Pois que se eu que cego busquei meu Norte onde só frio havia, vento e mais nada.

  Assim creio, hei de secar, agora mais Ilhéu do que em qualquer momento, como morto mesmo indo caminho acima. Do nada ascendenrei - e não como pira, mas como o incenso - queimando lento e tonto na pequena capela que encara de cima o enorme e invencível azul.

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