Arrumei a casa pela
última vez, era temporada invernosa de 40 graus, sentia o espírito
fervendo mais uma vez. Palidamente, me escondia perto das almofadas
acinzentadas da malfadada poltrona. Perdida nesta abertura dialética,
vejo os olhos negros castanhos, mofados pela TV clichê; perto desta,
um gato decrépito pede ajuda por morte preguiçosa, sem devaneios, a
mesma tranquilidade de um recife, é paz nesta guerra mental, de
romances perfeitos e amores desfeitos. Forte, a espreita na porta,
vive um senhor, sempre febril, capitão do mato é caçador, preso em
sua rede. O requeijão estragado, alimenta os ratos, sem saída deste
destino, em suma, encurralado em um mesmo caminho, sobreviventes
naturais, precisa-se deste alimento, custa um sonho, custa o tempo
todo de uma juventude. O velho agora é meio incauto, meliante do
próprio percurso, mata o sorriso astuto, resigna por meio do sopro
amargoso do vento. Emoção, é o que nos resta, um bar em um álcool
qualquer pra secar essa culpa.
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Um comentário:
Mais uma então, Valdecir!
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